Nova Realidade Exige Outras Leis





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Defende o Presidente das "Casas Açorianas"

Nova Realidade exige outras leis 


Como vê o momento atual da Terceira, depois da chegada das low-cost?

É bem visível que o movimento de turistas na Terceira cresceu nos últimos anos, coincidindo de alguma forma com a chegada das low-cost. Esse poderá ter sido um ponto de viragem, primeiro mais timidamente porque as low-cost só voavam para São Miguel e, posteriormente, com a operação para as Lajes esse movimento intensificou-se. No entanto, tanto antes como depois da chegada das low-cost a Terceira foi-se afirmando com um conjunto interessante de operações que contribuem para a realidade que hoje conhecemos. Relembro que já havia ligações do estrangeiro para a Terceira há vários anos, desde a diáspora a alguns mercados emissores da Europa, o que continua a acontecer e, nalguns casos, a ser reforçado. Sem esquecer o mercado nacional que foi e é sempre muito importante, e que agora beneficia também das recentes facilidades nas acessibilidades. Para além disso é bom não esquecer que, com a chegada das low-cost as companhias mais tradicionais também encontraram formas de cativar clientes para os Açores, com preços competitivos e, por vezes, pacotes que incluem viagem e alojamento. Importante agora é consolidar essa tendência e não descurar a promoção do que de especifico a Terceira tem dentro do todo apelativo que é o destino Açores.  


Que impacto teve esta chegada no turismo em espaço rural?

Todas as tipologias de alojamento turístico beneficiaram com o significativo aumento da procura que se regista nos últimos anos. É fácil perceber que o maior incremento foi na hotelaria convencional, tal como confirmam as estatísticas, porque boa parte dos turistas que nos visitam fazem-no integrados em grupos que compram um pacote que inclui viagem, alojamento, excursões, etc. No caso do turismo em espaço rural, pelas razões apontadas anteriormente, o impacto foi menor mas, mesmo assim, interessante, e, a julgar pelas consultas aos nossos meios de promoção, nomeadamente ao site das Casas Açorianas, o interesse é crescente.

A legislação no domínio turístico, neste momento, satisfaz? 

Há muito que venho alertando para a necessidade de se rever a legislação deste sector. Inclusivamente, já dei contributos públicos e institucionais  nesse sentido. Reafirmo que é urgente fazer-se uma reflexão cuidada e alterar a legislação dentro daquilo que é hoje o turismo nos Açores, para introduzir mais justiça no mercado, e potenciar o desenvolvimento da atividade a vários níveis. 
A nova realidade que vivemos no turismo tornou obsoleta alguma legislação e exige aperfeiçoamentos noutra. Dou-lhe um exemplo: a POTRAA - Plano de Ordenamento Turístico da Região Autónoma dos Açores foi elaborado num determinado contexto, que hoje mudou radicalmente, desde o número da oferta de camas na hotelaria convencional, até ao surgimento de novas tipologias de alojamento e da oferta crescente de empresas de animação, à data praticamente inexistentes. Tudo isso, a par de outras situações mais especificas, necessita urgentemente de ser reenquadrada. 


Que Papel tem o Turismo Em Espaço Rural Como Cartão-De-Visita dos Açores?    

O Turismo Rural e de Natureza fez um longo percurso de afirmação, baseado em paixões e na convicção de que era um produto diferenciador para afirmar os Açores num panorama global agressivo, mas massificado. Durante todo esse processo, os responsáveis foram reconhecendo a importância do turismo rural como oferta distinta e, mesmo, âncora de um destino especial como o dos Açores. Esse reconhecimento mantém-se, mas ao longo do caminho foram sendo feitas outras apostas, cujo mérito não discuto, mas descurando de algum modo a importância crescente de afirmar o que nos distingue e que potencia o destino Açores no seu todo.


   

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